Reunião convocou os pernambucanos para fortalecer a luta anticapacitista
Para homenagear o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, celebrado no dia 21 de setembro, a Assembleia Legislativa de Pernambuco promoveu uma reunião solene na noite dessa quinta-feira (28). A população pernambucana foi convocada a comparecer no auditório Sérgio Guerra, na Alepe, para demonstrar apoio à luta anticapacitista e a busca por uma sociedade mais justa e igualitária.
A deputada Dani Portela, presidenta da Comissão de Cidadania, Direitos Humanos e Participação Popular da Casa Legislativa, foi a propositora da reunião. As pessoas com deficiência são público alvo da mandata. Um dos objetivos da parlamentar é atuar em defesa do direito à educação, à inclusão no mercado de trabalho e à acessibilidade e permanência dessas pessoas em todos os espaços.
Estiveram presentes representantes da Associação Pernambucana de Cegos (APEC), da Associação Pernambucana de Surdos, da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), da Associação de Famílias para o Bem-estar e Tratamento das Pessoas com Autismo (AFETO), do Centro de Reabilitação e Valorização da Criança, do Movimento Brasileiro de Mulheres Cegas e Com Baixa Visão, da União das Mães de Anjos, da Associação de Autistas de Carpina, além do público geral.
O Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, 21 de setembro, foi instituído pela Lei 11.133, de 2005. Entretanto, desde 1982, o Movimento Pelos Direitos das Pessoas com Deficiência utiliza a data como referência para a realização de vários debates sobre o tema.
“Nós solicitamos essa reunião solene para que a pauta de lutas das pessoas com deficiência ganhe ainda mais visibilidade e também receptividade nesta casa legislativa. É importante saber que estamos falando de mais de 18 milhões de pessoas em nosso país. Em Pernambuco, são 949 mil. Esses números demonstram um segmento da nossa população bastante considerável. Trazemos os números para mostrar que não podemos ser tratados como minoria”, pontuou a deputada Dani Portela.
A parlamentar enfatizou em seu pronunciamento as batalhas de inclusão enfrentadas pelas pessoas com deficiência nos demais espaços da vida social. Os números da população, apesar de expressivos, não dispensam que ainda haja uma gama de direitos a serem conquistados.
O segmento teve alguns avanços no Brasil nas últimas décadas, como o estabelecimento de cotas nos concursos públicos e na iniciativa privada, a conquista do Estatuto da Pessoa com Deficiência ou a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, em 2015, entre outras. Tais conquistas foram fruto de lutas travadas por este público.
“Precisamos lembrar que ainda há muito a que conquistar. Falar de políticas interseccionais, de educação, de geração de empregos, de geração de renda. Precisamos formalizar políticas públicas de inclusão e uma melhor execução delas. É importante que os poderes estejam juntos para enfrentar e reduzir desigualdades”, indicou Dani Portela.
“Que a gente consiga ser visto como pessoas capazes, para que isso aconteça, é necessário que nos percebam e nos dêem condições. Que o próximo Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência seja de comemoração, e não um dia de lembrar que nós existimos”, almejou Maria Angela, representante da AFETO.
“A gente pede a plena participação das pessoas com deficiência em igualdade de condições com as demais pessoas. Estamos a cada dia rompendo barreiras e buscando a verdadeira inclusão. A APEC continua de pé, firme e forte. Nosso lema é ‘Nada sobre nós, sem nós. Desistir nunca, retroceder, jamais!'”, bradou Paulo Fernando da Silva, presidente da APEC.
A solene contou com intérpretes de LIBRAS e áudio descrição para que todos os presentes fossem contemplados.
“Que a luta anticapacitista se reflita cotidianamente não apenas nas nossas vidas, mas no Estado que a gente vive”, incentivou a deputada Dani Portela, encerrando a reunião.