Alepe debate aumento dos casos de feminicídio em Pernambuco e cobra ações do Governo do Estado

maio 6, 2025 | 0 Comentários

Feminicídios subiram 100% em comparação com o ano passado

As Comissões de Cidadania, Direitos Humanos e Participação Popular e da Mulher da Alepe debateram a escalada da violência letal contra as mulheres no estado de Pernambuco em Audiência Pública nesta terça-feira (6). A atividade foi proposta pela Deputada Estadual Dani Portela (PSOL), com o apoio das deputadas Gleide Ângelo (PSB) e Rosa Amorim (PT), através de provocação da Campanha do Levante Feminista contra o Feminicídio, o Lesbocídio e o Transfeminicídio.

“O Brasil é o quinto país mais violento do mundo para as mulheres, se essas mulheres forem trans, é o primeiro. Os dados apontam que a cada cinco de nós, três vão sofrer algum tipo de violência. São mães que deixam por ano cerca de 2.300 órfãos pelo feminicídio. Muitos filhos e filhas não estarão com suas mães no Dia das Mães diante da ineficiência de política pública que enfrente a violência e o feminicídio em Pernambuco. A primeira governadora mulher do estado não pode ficar calada diante desses números”, pontuou a presidenta da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos, deputada Dani Portela.

“Todos os dias vemos mulheres apanhando. Estamos acompanhando uma crescente no número de registros de b.os sobre violência contra mulher. Em 2024, são 54 mil registros. A roda precisa girar para proteger essa mulher que sai da delegacia, com medidas protetivas desenvolvidas pelos municípios e pelo Estado. Essa roda não gira porque não temos um plano de proteção e segurança para as mulheres Pernambucanas. O Governo do Estado precisa tomar a responsabilidade de executar as políticas públicas e não terceirizar”, apontou a presidenta da Comissão da Mulher, deputada Gleide Ângelo.

A Audiência reuniu parlamentares, instituições do Poder Público, representantes da sociedade civil, movimentos feministas, especialistas para buscar por respostas e ações efetivas do Estado diante do aumento dos casos de feminicídio registrados no primeiro bimestre de 2025. Foram 100% a mais em comparação com o mesmo período de 2024.

O debate também discorreu sobre a situação dos órfãos do Feminicídio do Estado e exigiu a implementação de estratégias efetivas diante dos crescentes índices de violência letal contra mulheres. Os encaminhamentos da Audiência agruparam pedidos de informações sobre funcionamento das Casas Abrigo, subnotificação dos transfeminicídios, existência de um monitoramento das crianças órfãs por feminicídio, ações do plano “Juntos pela Segurança” para redução da violência contra a mulher e baixo orçamento nas políticas públicas para as mulheres.

Além disso, foi encaminhada a proposta de criar um Projeto de Lei construído pelas parlamentares da Casa com o objetivo de registrar, em casos de feminicídios, se a vítima deixou filhos.