Palestra foi ministrada pela pesquisadora e pensadora Carla Akotirene

A 3ª Jornada Alepe Antirracista foi aberta nesta segunda-feira (10). Até a quinta-feira (13), a Casa Legislativa promove atividades festivas e formativas através da ministração de mulheres negras à frente da luta contra o racismo no país. A abertura contou com palestra da pesquisadora e pensadora contracolonial Carla Akotirene.
“É um desafio para nós, uma Casa Legislativa, trazer o compromisso firmado de entender que enfrentar o racismo e combatê-lo é tarefa de todas as pessoas. O racismo é perverso, atravessa muitas dimensões, é uma estrutura. Em nosso país, é o elemento que estrutura todas as desigualdades”, destacou a deputada Dani Portela, presidenta da Comissão de Cidadania, Direitos Humanos e Participação Popular da Alepe.
Natural de Salvador, Mestra e Doutora em Estudos Interdisciplinares de Gênero, Mulheres e Feminismo, Carla Akotirene é referência nacional na pauta antirracista e nas concepções sobre interseccionalidade. O conceito estuda que as desigualdades se estruturam a partir de fatores sociais (raça, gênero, classe, orientação sexual) que se cruzam e ocasionam experiências de opressão.
Durante a palestra, através de retomadas históricas, referências como Bell Hooks, Cida Bento, Lélia Gonzalez e exemplos práticos, a pensadora apresentou panoramas da atuação e influência do racismo nas estruturas da sociedade brasileira, além de destacar a importância da interseccionalidade. “O racismo é uma prática sistemática e que faz com que a gente adoeça todos os dias. Todos nós precisamos nos aprimorar em relação a categoria raça. A interseccionalidade é necessária para entender que nem toda pessoa negra é homem, e nem toda mulher é branca. Quando não prestamos atenção nesse cruzamento, a população negra sofre. Não conseguimos colocar alguém da família real na cadeia, mas para termos uma educação antirracista é preciso interseccionalidade”, negritou Carla Akotirene.




